Internação de Francisco já dura 11 dias, a mais longa em 12 anos
O papa Francisco ainda está em estado crítico conforme combate uma pneumonia dupla, mas sua condição exibiu uma “leve melhora”, disse o Vaticano nesta segunda-feira.
O pontífice de 88 anos passará sua 11ª noite no hospital Gemelli, de Roma, a internação mais longa do seu papado de quase 12 anos.
“As condições clínicas do Santo Padre, em sua natureza crítica, exibiram uma leve melhora”, disse a atualização mais recente da sua saúde.
O papa, segundo o comunicado, ainda está recebendo oxigênio “embora com um fluxo e porcentagem de oxigênio levemente reduzidos”.
O comunicado acrescentou que a “insuficiência renal leve”, divulgada pela primeira vez no último domingo, não é “motivo de preocupação”.
Uma autoridade do Vaticano, que não quis ser identificada porque não tem autorização para falar sobre a condição do papa, disse que Francisco estava comendo normalmente e conseguia levantar e se mover em seu quarto de hospital.
O comunicado desta segunda-feira afirmou que o papa retomou seu trabalho à tarde e ligou para o pároco de Gaza à noite.
No domingo, o Vaticano descreveu a condição do papa como crítica pelo segundo dia. No sábado, havia afirmado que o papa precisava de uma transfusão de sangue após passar por uma “crise respiratório prolongada semelhante à asma”.
A atualização desta segunda-feira afirmou que o papa não havia tido mais crises respiratórias e que alguns de seus testes de laboratório “melhoraram”.
Pneumonia dupla é uma infecção séria que pode inflamar e causar cicatrizes nos dois pulmões, dificultando a respiração. O Vaticano descreveu a infecção do papa como “complexa” e disse que havia sido causada por dois ou mais microorganismos.
Francisco, papa desde 2013, tem sofrido com problemas de saúde nos últimos dois anos. Ele é especialmente propenso a infecções pulmonares porque desenvolveu pleurisia quando era jovem e teve uma parte do seu pulmão retirada.
Cardeais especulam sobre o papa
A doença prolongada do papa provocou uma quantidade fora do comum de especulações públicas entre cardeais católicos, as autoridades de maior escalão na Igreja com 1,4 bilhão de membros, após o pontífice.
O cardeal de Nova York, Timothy Dolan, que até onde se sabe não é próximo de Francisco e não citou nenhuma informação além das atualizações médicas do Vaticano, disse em uma homília durante a missa em sua catedral no último domingo que o papa estava “provavelmente próximo da morte”.
O cardeal alemão Gerhard Müller, ex-autoridade do Vaticano famoso por ter discordado do papa em questões doutrinárias, repreendeu prelados que estavam especulando em público sobre a condição do papa ou planejando um conclave, a reunião de cardeais para eleger um novo papa.
Ele disse ao jornal italiano Corriere della Sera que os cardeais não estão recebendo mais informações do que o público sobre a condição do papa.