Theatro Pedro II se ilumina de azul e branco pelo aniversário de Ribeirão Preto

Pioneirismo e capacidade empreendedora são marcas de Ribeirão Preto, respondendo pelo desenvolvimento constante da cidade até os dias atuais

Pioneirismo e capacidade empreendedora são marcas de Ribeirão Preto, respondendo pelo desenvolvimento constante da cidade até os dias atuais

Foto: Fernando Gonzaga

Importante marco na história da cidade, o Theatro Pedro II participa das comemorações pelo aniversário de 167 anos de Ribeirão Preto, no próximo dia 19. A partir desta quinta-feira (15) e até o final do mês, o Pedro II se ilumina de azul e branco, as cores da bandeira da cidade. Inaugurado em 1930, ele é, hoje, importante palco para a cultura da cidade e o terceiro maior teatro de ópera do país. Durante cinco décadas foi ainda mais: era a principal referência cultural da região e colaborou para um dos muitos títulos que a cidade recebe, de “Capital da Cultura”.

Sua inauguração e sucesso em plena crise econômica mundial, provocada justamente pela queda no preço do café, cultura que fazia a riqueza de Ribeirão Preto, são traços do pioneirismo presente em vários aspectos da história da cidade.

O primeiro prédio vertical do Estado de São Paulo foi o Edifício Diederichsen, inaugurado em 1936, no calçadão da rua Álvares Cabral, onde ainda está instalado, a poucos metros do Theatro Pedro II. Já o Teatro Carlos Gomes, de 1897, é precursor até do Teatro Municipal de São Paulo, que é de 1911.

Bem antes disso, o início do povoamento da cidade, por seis famílias mineiras que se instalaram aqui e depois, em 19 de junho de 1856, doaram boa parte de suas terras para o então povoado de São Sebastião do Ribeirão Preto, permitindo assim a atração de outras famílias agricultoras e a formação do município, também se destaca da concepção comum das cidades paulistas, formadas por Bandeirantes.

OS PRIMEIROS BAIRROS

A maioria dos historiadores aponta o Ipiranga como o bairro mais antigo. À época, ele era chamado de Barracão de Cima, para se diferenciar do Barracão de Baixo, o atual Campos Elíseos. Justamente por isso, existe uma controvérsia sobre qual surgiu primeiro. Alguns pesquisadores ainda defendem que o primeiro bairro teria sido o Santa Cruz, denominado de Santa Cruz do José Jaques por causa de seu primeiro morador. Por sua vez, outros estudiosos afirmam que o pioneiro foi o bairro República, entre a Avenida Caramuru e a margem direita do Ribeirão Preto.

Quanto à primeira avenida, todos concordam que a Saudade, com seus 1.300 metros de extensão, foi a primeira avenida, criada no final da década de 1910.

ECONOMIA

Até a década de 1870, nas pequenas vilas que formavam o povoado, predominavam as trocas. A economia era para subsistência e a primeira fonte de renda entre os moradores veio da criação de gado. Foi por essa época que a cultura do café se destacou no cenário nacional graças ao clima e as terras férteis.

Assim, no início da década de 1920, o café chegou a responder por 90% da arrecadação da região. Ribeirão era o maior produtor do Estado de São Paulo, abastecendo o mercado interno e exportando boa parte da colheita para a Europa.

Com a produção abundante, veio a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e, com os trens, vieram várias famílias, incluindo os imigrantes italianos, gerando crescimento populacional, muito desenvolvimento e riqueza. Comércio e serviços cresceram e até a indústria se destacou, com pequenas fábricas de segmentos variados e duas grandes indústrias: as cervejarias Antarctica e Paulista.

Com a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929, o café entrou em declínio e as atividades de comércio e serviços ganharam ainda mais espaço. Hoje, elas são as principais vocações da cidade, embora Ribeirão Preto se destaque como a Capital Brasileira do Agronegócio e não por acaso: a cana de açúcar.

A região abriga a grande maioria das agroindústrias do país. Cerca de 4.400 unidades de produção fornecem cana para a indústria ou outros fins, como garapa. E, enquanto o Brasil é, de longe, o maior produtor de cana do planeta, com 455,3 (10 t/ano), o Estado de São Paulo é o maior produtor do Brasil (cerca de 60% de toda a cana, açúcar e etanol do país). Por sua vez, a região de Ribeirão Preto é a maior produtora do Estado, o que nos dá a maior produção do mundo.

A constante evolução presente desde a fundação segue como marca registrada da cidade ainda hoje. Ano após ano, mais novidades surgem e contribuem para a qualidade de vida dos moradores.

CRESCIMENTO CONSTANTE

Desenvolvimento atrai ainda mais desenvolvimento, com novas pessoas e empreendimentos chegando. O que exige cada vez mais estrutura urbana para atender a população com qualidade.

De 2017 para cá, o programa Ribeirão Mobilidade, da prefeitura, levou asfalto novo a 58% dos bairros e está realizando 30 grandes obras viárias, incluindo 11 corredores de ônibus que interligarão a cidade de ponta a ponta, numa malha viária contínua, de 56 km.

Na área social, a prefeitura amplia atualmente os atendimentos de baixa, média e alta complexidade de cinco para 15 (no caso dos CRAS) e de três para cinco (CREAS).

Na saúde, um prédio de 17 mil m² está sendo construído na Vila Virgínia e será equipado para abrigar uma unidade do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) na cidade. O objetivo é atender toda a população de cerca de 1,5 milhão de pessoas da cidade e da região.

NANDO MEDEIROS

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