Programa Arte Urbana SP apoia a realização de intervenções, utilizando temas e técnicas gráficas da arte de rua, executado por artistas locais
Ribeirão Preto recebeu o projeto Quebrada Visionária, contemplado pelo programa Arte Urbana SP para apoiar a realização de intervenções de arte urbana, utilizando temas e técnicas gráficas da arte de rua, executado por artistas, grupos e coletivos de relevância no cenário cultural local e regional.
O objetivo do projeto é promover o acesso da população ao meio criativo das artes visuais de rua, por meio de oficinas de Graffiti. Na região de Ribeirão Preto, a arte é majoritariamente realizada pelo público masculino. Por isso, o Quebrada Visionária buscou na representatividade das mulheres e de pessoas transgeneres, uma forma de ampliar a atuação dentro deste movimento artístico, às tornando protagonistas.
“Quando pensei no projeto, refleti sobre o contexto de fazer com que as pessoas do Jardim Marchesi pudessem ver que a arte é algo muito mais próximo delas, do que imaginam. A arte está nas ruas e não apenas em museus, teatros ou na televisão. O intuito era proporcionar que elas pudessem entender que, além de transformar os espaços, o Graffiti é uma arte feita por pessoas como elas”, explicou Nanie Aguirre, idealizadora do Quebrada Visionária.
O projeto realizou oficinas, bate-papo e uma exposição visual com estudantes, jovens e adultos do Jardim Marchesi de Ribeirão Preto, onde foram levantadas questões históricas e a trajetória da ocupação visual das ruas, como forma de arte, expressão e protesto.
Nesta terça-feira, dia 6 de dezembro, terminou a pintura dos painéis em arte de Graffiti que marcou o encerramento do Quebrada Visionária. Com 70 metros quadrados de arte, os painéis foram inspirados na própria comunidade, nas crianças e na cultura hip hop, produzido pelas artistas Nanie Aguirre, Natália Mota e Raphaela Loss, sendo considerado a maior produção artística de Graffiti realizada por mulheres em Ribeirão Preto.
Nanie reforça a importância do Graffiti para a construção, desenvolvimento e educação das crianças, para que tenham pensamento crítico e consigam se expressar por meio da cultura. “Também podemos trazer de maneira muito mais presente, fazer com que essas crianças se sintam pertencentes à sociedade que vivem e desmarginalizar uma arte que ainda sofre muitos preconceitos”, disse.