Estudo busca conhecer profundamente o Aquífero Guarani e propor caminhos para melhorar o abastecimento de água na cidade sem comprometer o manancial
Buscando resolver em definitivo a falta d´água em Ribeirão Preto, a nova gestão da Saerp em conjunto com a equipe técnica da Secretaria e geólogos que estudam o Aquífero Guarani se reuniram na tarde de quinta-feira, 16 de janeiro. Durante a reunião foi apresentado ao secretário da Saerp, José Rui Bonatto, o estudo inédito que busca aprofundar o conhecimento sobre a disponibilidade hídrica e a dinâmica do manancial subterrâneo, que abastece a cidade.
O Aquífero Guarani é uma das maiores reservas subterrânea de água doce da América Latina e considerado estratégico para o desenvolvimento econômico da região. É também um dos primeiros aquíferos que teve um Tratado de Trasfronteridade, já que sua extensão engloba o território do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Ribeirão Preto é o maior município que utiliza a água subterrânea para o abastecimento público no país, o que reforça a importância do estudo.
Além do secretário da Saerp, participaram da reunião o secretário adjunto Marcus Vinícius Berzotti Ribeiro, o diretor técnico Igor Asse, o assessor Edson Akira Simabukuro e os responsáveis pelo estudo, Ricardo Hirata, Mateus Dellatim Simonato e Luiz Antonio Pinhatti.
O objetivo da prefeitura e da Saerp é melhorar substancialmente o abastecimento e distribuição de água na cidade, atendendo principalmente os pontos e regiões onde há deficiência na rede pública. “Nossa meta é que com esse estudo tenhamos opções viáveis para resolver as intermitências e a falta d’água sem que haja qualquer impacto negativo no Aquífero Guarani, explicou Bonatto.
O estudo “Sistema Aquífero Guarani: Capacidade máxima, resiliência e sustentabilidade para o abastecimento público e privado de Ribeirão Preto”, iniciou com a organização de dados geológicos, que culminou com um novo modelo hidrogeológico detalhado, que permite caracterizar o fluxo de água subterrânea na cidade e como o bombeamento dos poços tubulares influenciam a disponibilidade do aquífero. Além disso, a instalação de 30 transdutores de pressão em poços estratégicos tem possibilitado o monitoramento contínuo dos níveis de água subterrânea, que analisados com ferramentas de inteligência artificial, alimentará um modelo computacional de fluxo, que simulará o comportamento do Guarani e subsidiará nas estratégias de uso desse reservatório”, afirmou Hirata.
Com base no entendimento profundo do Aquífero Guarani será possível traçar diretrizes para a sua preservação, bem como fazer a gestão equilibrada do uso da água. O resultado do estudo está previso para ser concluído em março do próximo ano.