Primeira vacina contra câncer de pulmão começa a ser testada no Reino Unido

Primeira vacina contra câncer de pulmão começa a ser testada no Reino Unido

Tratamento é mais preciso que a quimioterapia, afirmam cientistas

A primeira vacina contra o câncer de pulmão, a BNT116, começou a ser aplicada em pacientes no Reino Unido como parte de um estudo experimental. Desenvolvida pela BioNTech, a vacina utiliza a mesma tecnologia de mRNA usada na vacina contra a covid-19.

Janusz Racz, de 67 anos, que sofre de câncer, foi o primeiro a participar do ensaio clínico. Ele recebeu seis injeções da vacina BNT116, administradas em intervalos de cinco minutos, no Instituto Nacional de Pesquisa em Saúde da UCLH. Cada dose contém material genético que visa diferentes partes do tumor, treinando bilhões de células imunológicas para combater a doença.

Os médicos afirmam que esse tratamento é mais preciso do que a quimioterapia e tem menor chance de causar danos às células saudáveis. Após a primeira dose, Racz declarou que o procedimento foi indolor e muito menos difícil do que a quimioterapia.

Racz acredita que a vacina trará benefícios significativos, tanto para ele quanto para outros pacientes, se for rapidamente produzida em larga escala. Ele compara o impacto potencial da vacina ao das vacinas contra a covid-19, que ajudaram milhões de pessoas.

Cerca de 130 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) estão prontos para participar do estudo, envolvendo seis hospitais no Reino Unido.

O câncer de pulmão é a principal causa de mortes relacionadas ao câncer no mundo, com cerca de 1,8 milhão de vítimas por ano. As taxas de sobrevivência para casos avançados são bastante baixas. Este ensaio clínico de fase 1 está sendo conduzido em 34 centros de pesquisa em sete países: Reino Unido, EUA, Alemanha, Hungria, Polônia, Espanha e Turquia.

A nova vacina treina o corpo para identificar e eliminar células cancerígenas, impedindo sua recorrência. O mRNA instrui o sistema imunológico a reconhecer marcadores tumorais, preparando-o para combater as células cancerosas, mantendo as células saudáveis intactas, ao contrário da quimioterapia.

Os pesquisadores estão otimistas sobre essa nova abordagem baseada em mRNA, considerando-a uma nova fase promissora no tratamento do câncer. Eles esperam que a vacina avance rapidamente para as fases 2 e 3 dos ensaios clínicos e se torne um padrão de tratamento global, salvando muitas vidas.

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