Prefeitura marca presença na 22ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto

Prefeito participou de bate-papo com Ignácio de Loyola Brandão sobre gestão pública; estande da prefeitura recebe centenas de pessoas por dia

Prefeito participou de bate-papo com Ignácio de Loyola Brandão sobre gestão pública; estande da prefeitura recebe centenas de pessoas por dia

Foto: Fernando Gonzaga

Parceira do Instituto do Livro na realização da Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto, a prefeitura marcou presença no evento, um dos mais importantes do país, no gênero. Além de realizar diversas atrações durante os dez dias da festa, o próprio prefeito Duarte Nogueira participou de uma das atividades, que em sua 22ª edição é norteada pelo mote “Entre os extremos, as dualidades: a literatura como elo”.

Com o tema “Do local ao global”, o debate entre Nogueira e o escritor Ignácio de Loyola Brandão ocorreu no auditório da Biblioteca Sinhá Junqueira, na noite desta quinta-feira, dia 17.

Foto: Fernando Gonzaga

O autor de “Zero”, “Não Verás País Algum” e outras 44 obras-primas da literatura brasileira falou sobre suas impressões políticas, carreira e de como a vida no Interior o inspirou. Nogueira, por sua vez, comentou sobre as obras de Loyola, de teor crítico e político, falou de seus ideais de modelos de gestão e de como procura agir em seu meio de atuação, localmente, para ajudar a fazer a diferença globalmente.

A FIL já recebeu diversos escritores e artistas. Mas, entre os milhares de autores consagrados, apenas um esteve em todas as edições: Ignácio de Loyola Brandão, fã assumido do evento. Filho de ferroviário e nascido na vizinha Araraquara, o jornalista e escritor de 87 anos é colunista quinzenal do jornal “O Estado de São Paulo” desde 2005.

Foto: Fernando Gonzaga

Loyola pertence às academias Paulista e Brasileira de Letras e foi consagrado com seis Jabutis e o maior prêmio da literatura brasileira, o Machado de Assis.

Ele perguntou ao prefeito sobre ações de políticas públicas culturais locais que possam ajudar a literatura tornar-se globalizada. Nogueira respondeu que a própria FIL é um bom exemplo de como se fazer isso. “Ela permite que todas as tendências, preferências, possam estar presentes para que ninguém se sinta excluído dos investimentos da cultura da cidade. Isso é fundamental, quanto mais diversidade, mais riqueza cultural e material. Outra forma é incentivar, constantemente, as manifestações culturais, independente do tema das suas preferências, para que a gente tenha uma cidade cada vez mais diversa. A feira ajuda muito nisso também, pois recebe não só visitantes locais, como de toda região e de outros locais”, respondeu. 

PREFEITURA NA FEIRA

Localizado na Praça XV de Novembro, em frente à esplanada do Theatro Pedro II, o estande da prefeitura oferece mais de 80 atividades gratuitas, atraindo centenas de visitantes ao espaço todos os dias, desde a abertura do evento, no último sábado, dia 12. A programação inclui oficinas, contações de história, teatro, pintura facial, rodas de leitura, exposições, palestras e doação de mudas de árvores, entre outras.

As ações são promovidas pelas secretarias municipais da Cultura e Turismo, Esporte, Meio Ambiente, Educação, Infraestrutura, Casa Civil e Saerp, além do Instituto do Livro, realizador da FIL, juntamente com a prefeitura, o Ministério da Cultura e o Governo do Estado de São Paulo, com apoio de diversas entidades e patrocínios de grandes empresas.

Foto: Divulgação

A Secretaria Municipal da Educação, por exemplo, participa com apresentações teatrais, oficinas de matemática e ciência e com projetos como o “Combinando Palavras”, que permite o contato direto dos autores com as crianças, que se prepararam durante boa parte do ano letivo para a atividade. Ao todo, cerca de 1.200 alunos da rede municipal visitaram a feira e participaram das atividades.

Tem, ainda, o ‘Saerp na Feira’, uma adaptação do projeto de educação ambiental ‘Saerp na Escola’, que ocorre o ano todo. Palestras e exposição de materiais técnicos e geológicos levam ao público informações sobre saneamento básico, o Aquífero Guarani e importantes questões de preservação dos recursos naturais.

Por sua vez, a secretaria Municipal de Meio Ambiente promoveu palestras para a conscientização sobre a adoção responsável e as implicações sobre o abandono de animais. E, além de promover um evento de adoção de animais na 22ª FIL, neste sábado, dia 19, a secretaria também doará 200 mudas de árvores no dia do encerramento da Feira, no domingo, dia 20. Quaresmeiras, graviolas, cabeludinhas, acerolas, manacás, jabuticabeiras e outras estarão à disposição do público, no estande da prefeitura.

SOBRE A FEIRA

Além de ocupar todo o espaço da esplanada e das praças XV de Novembro e Carlos Gomes, o evento acontece simultaneamente em outros 15 locais, a maioria no Centro de Ribeirão Preto, além de dois espaços educacionais para atividades exclusivas e pré-agendadas.

Os homenageados deste ano são Gilberto Gil (autor), Gilberto Dimenstein (autor educação), Luiza Romão (autora local), Stella Maris Rezende (autora infantojuvenil), Danilo Santos de Miranda (patrono) e Madelaine Pires (professora).

Todas as atividades são gratuitas e abertas à população. Confira as principais atividades desta sexta-feira:

Foto: Divulgação

Sexta-feira, 18/8

Zezé Motta e Caco Barcellos

“Um canto de luta e resistência” será o tema da atividade de Zezé Motta nesta sexta-feira (18), às 20h30, na Sala Principal do Theatro Pedro II. Zezé Motta é uma das mais importantes artistas nacionais e voz potente dentro da temática. Participante de mais de 70 filmes e mais de 50 projetos em televisão, ela é fundadora do Movimento Unificado, que denuncia casos de racismo.

Com 40 anos de experiência na cobertura de assuntos relacionados à injustiça social e a violência, o jornalista, repórter e escritor Caco Barcellos também é presença confirmada hoje. Ele conversa com o público, a partir das 18h30, na sala principal do Theatro Pedro II. Caco iniciou seus trabalhos como repórter no jornal Folha da Manhã. Durante os anos 70, teve uma destacada atuação na imprensa alternativa e foi um dos fundadores da Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre. Criou a revista Versus, que tinha o objetivo de apresentar grandes reportagens sobre o continente latino-americano. Caco Barcellos, desde os primeiros passos na profissão, nunca se afastou da reportagem de rua. É essa rica vivência que ele traz para o bate-papo. 

Fanta Konate e Djembedon

Às 20h, tem show de Fanta Konate e Djembedon no espaço Ambient de Leitura, na Esplanada do Pedro II. A bailarina, cantora e compositora africana radicada no Brasil apresenta repertório em que faz uma coletânea de seus 21 anos de carreira, mesclando canções tradicionais da Guiné, seu país de origem, e composições autorais.

“Brenda Lee” abre 7º Festival Nacional de Teatro

Também às 20h, o Coletivo Ocutá encena “O Avesso da Pele”, espetáculo teatral baseado no livro homônimo de Jefferson Tenório, no galpão do Sesc. Enquanto isso, no mesmo horário, o Teatro Municipal apresenta “Brenda Lee e o Palácio das Princesas”. A peça conta a história da travesti Brenda Lee e joga luz à luta dessa população nas ruas da cidade de São Paulo. A montagem abre o 7º Festival Nacional de Teatro de Ribeirão Preto.

Mais encontros

Ainda nesta sexta-feira, a programação de bate-papos e debates literários traz à Sessão Premiados a autora Micheliny Verunschk, às 16h, no auditório Meira Júnior. Depois, a jovem poeta Bruna Beber participa do Salão de Ideias, partir das 17h, na Biblioteca Sinhá Junqueira.

Às 19h, a poeta e slammer mineira Nívea Sabino estará no Revolução Poética, com o debate “Hanna Arendt por Nívea Sabino”, no quintal da Biblioteca Sinhá Junqueira. Essa atividade tem abertura com a intervenção “Vozes Entrelaçadas”, do grupo Corpo Negro.

Às 19h30, será a vez da escritora argentina Selva Almada conversar com o público no auditório Meira Júnior. Junto com o Coletivo Palabreria, Selva fala sobre as interfaces da literatura com outras linguagens e sobre sua carreira.  

Música em alta

As bandas Cabeça Roots e Cumbia Cavalera convidam os visitantes da FIL para apresentações às 16h30 e 17h30. No auditório Pedro Paulo da Silva (Centro Cultural Palace), Roots faz um show mais intimista, mesclando influências do reggae, blues, jazz e rock. Na Esplanada do Theatro Pedro II, às 17h30, o grupo Cumbia Calavera promete não deixar ninguém parado. Formada por artistas de sete países, a banda celebra a vida e reverencia a morte com muita música, teatro e circo. 

Lançamento de livros, palestras, cortejo literário, cinema e mais rodas de conversa integram a programação neste oitavo dia de FIL 2023.

A programação completa da FIL pode ser acessada no site da Fundação do Livro e Leitura.

NANDO MEDEIROS

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